2007-02-22

Bem-vindo, Senhor Bispo!

Foi com muita alegria que acolhi a notícia da nomeação de D. Manuel Clemente como Bispo do Porto. Seja bem-vindo Senhor Dom Manuel Clemente! Desejo e peço ao Senhor nosso Deus que este Sim seja mais uma consequência da fidelidade ao SIM PRIMEIRO. Obrigada pelo espírito de disponibilidade e serviço com que se propõe, também, acolher-nos. Que o Senhor o abençoe.

2007-02-21

"laicismo e laicidade"

Nas minhas e-andanças pelo mundo, mais concretamente no sítio da Agência Zenit , deparei-me com uma carta pastoral, a 9.ª, do Bispo de Querétaro, Estado do México, que aborda a tão actual questão entre laicismo e laicidade. Precisamente nestes tempos em que o nosso Estado parece que se empenha esforçadamente em criar uma nova "religião", que faz questão de contrapor à Religião Católica. Estamos perante conceitos e realidades que, em virtude de uma certa ignorância voluntária e comodista por parte dos católicos, não têm sido de forma nenhuma objecto de esclarecimento e formação. De que lado estamos nós, os católicos? Ser católico é assumir por inteiro, consciente e coerentemente, a doutrina da Igreja Católica, o Evangelho de Jesus Cristo, até às últimas consequências. Estranho que haja da parte dos católicos, incluindo a hierarquia da Igreja Católica, como que um certo complexo em dizer-se homens e mulheres, cidadãos do mundo, com todos os direitos e deveres constantes das Convenções Internacionais como próprios da dignidade humana. Ainda não vi nem ouvi em nenhuma parte nem em nenhum momento, que os cidadãos que optaram por integrar as Instituições Eclesiásticas, quer através do sacerdócio, quer da vida religiosa, quer assumindo-se como Baptizados comprometidos na Igreja e na sociedade de que fazem parte, do mesmo modo que outros fizeram as suas opções de vida, sejam discriminados quanto à titularidade e exercício desses direitos. Ou só são considerados cidadãos em pleno no que toca ao pagamento de impostos? Ou no que toca a "julgamentos sumários" de que são vítimas, como quem aponta que "o rei vai nu"! E a verdade é que este "rei que vai nu", no entender de muita gente "de bem", dá de comer a muita outra gente. E agora eu pergunto: e se a Igreja Católica através das suas muitas instituições e dos crentes fizesse greve?!
Aqui transcrevo uma parte da carta pastoral do supra citado Bispo do México, carta que "foi já considerada profética", entendendo-se a palavra na acepção que ela tem para nós cidadãos que somos crentes.

"C. Os fiéis católicos leigos

O Decálogo, património da Humanidade

29.
O leigo católico respeita e proõe-se salvaguardar e cumprir a lei moral natural, comum a todas as grandes religiões. Esta lei natural não se identifica com nenhuma crença religiosa em particular, nem sequer com a religião católica ainda que esta a proclame em toda a sua integridade e a defenda com particular empenho. A expressão privilegiada desta lei natural encontra-se no Decálogo (Cf. Catecismo, n.º 2070), que também foi objecto de revelação da parte de Deus no Monte Sinai e foi aperfeiçoada por Cristo no Sermão da Montanha; mas, esta revelação do Sinai a Moisés e o aperfeiçoamento evangélico de Jesus, não lhe mudam a sua natureza fundamental de expressão da lei natural, comum a toda a humanidade, gravada antes que em tábuas de pedra no coração do Homem e que obriga em consciência a todos e em todas as partes, quer dizer, sempre.
A observância desta lei natural, aceite por todas as grandes religiões do mundo, é de tal modo transcendente que dela depende, por caminhos que só Deus conhece, a salvação eterna de todos os homens sem distinção; esta é a razão pela qual a doutrina católica admite a possibilidade de salvação para quem cumpra cabalmente esta lei natural. ainda que se encontre, sem culpa sua, fora do âmbito visível da Igraja (cfr LG, 16). O Decálogo constitui um património precioso da humanidade, que lhe permitiu sobreviver apesar das barbaridades perpetradas por ditadores de toda a espécie. Em resumo, o católico participa na política guiado pelo Decálogo e não pelas Bem-Aventuranças; mas se vive em conformidade com estas, acrescenta à vida em sociedade o perfume do Evangelho.

É um direito, não uma intromissão

30. É, portanto, um direito e um dever dos fiéis católicos leigos, como de todo o cidadão no pleno uso da razão e responsável, defender os valores e as virtudes morais naturais como são a justiça, a verdade, a liberdade, a honra, a lealdade, a solidariedade, o respeito pela pessoa humana, a paz, etc.; e esta participação não pode qualificar-se, por nenhum motivo, com intromissão da Igreja no âmbito dos governos, dos partidos políticos ou da educação. Trata-se de um profundo chamamento da consciência cristã à coerência entre aquilo em que se crê e o que se faz, entre a fé e a vida; é uma experiência intrínseca à própria fé e não provém de uma imposição externa, se bem que é dever do Magistério eclesiástico recordá-lo com frequência. Negar ou limitar, portanto, aos Pastores da Igreja este dever de ensinar e recordar aos fiéis as suas obrigações é uma intromissão indevida do Estado no espeço moral e espiritual que não lhe diz respeito. Igualmente, pretender afastar os católicos da vida política ou do âmbito do ensino pelo facto de se afirmarem como crentes e de serem coerentes com a doutrina da Igreja no ensino da lei natural, é uma forma de laicismo intransigente e discriminador. Seria negar relevância política e cultural à fé católica e ao cristianismo em geral, o que é inadmissível. Ao querer impedir os católicos de participar plenamente na construção do bem comum, o Estado empobreceu-se e os crentes ficaram prejudicados na sua condição de cidadãos ao ver-se limitados nos seus direitos e na sua dignidade. La separação entre a fé que professamos e a vida quotidiana de muitos deve ser considerada como um dos erros mais graves do nosso tempo, recordava aos Bispos do México o Papa Bento XVI durante a visita ad limina (15 Set. 2005)."

2007-02-17

"os bens da terra para todos"

"850 milhões de crianças são vítimas da fome, da exploração laboral, do tráfico de menores, da prostituição, da sida;
20 milhões de crianças nascem e crescem em campos de refugiados;120 milhões são "meninos da rua"; 171 milhões, entre os 4 e os 14 anos, trabalham em condições que colocam em risco a sua saúde;
cada 5 segundos morre uma criança de fome;
apenas 7% das crianças são registadas ao nascer no Bangladesh;
dos cerca de 550 milhões de sul-americanos, 220 milhões são pobres e uns 100 milhões vivem com menos de 0,80 € por dia e mais de 150 milhões sobrevivem em bairros de lata, sem as mínimas condições para uma vida digna."
(in revista Mensageiro do Coração de Jesus de Fevereiro 2007)

E eu? Qual é a minha postura relativamente a estes dados? Será que estas pessoas não passam de números? Como é que exigimos que os governos das nações sejam verdadeiramente nossos representantes... o prolongamento das mãos de cada um de nós?

2007-02-13

procura da sabedoria

"Meu filho, não esqueças os meus ensinamentos, e que o teu coração observe os meus preceitos, porque eles te darão longos dias e anos de vida, eles te alcançarão a paz.
Não te abandonem a misericórdia e a fidelidade: prende-as ao teu pescoço, grava-as na tábua do teu coração e encontrarás favor e bom êxito aos olhos de Deus e dos homens. Confia no Senhor de todo o coração e não te apoies na tua inteligência; procura reconhecê-l'O em todos os teus passos, e Ele aplanará os teus caminhos. Não sejas sábio a teus próprios olhos, teme antes o Senhor e afasta-te do mal"

(Provérbios, 3, 1-7)

2007-02-10

às quintas na Consolata: os meus lava-pés e lava-mãos...

"(...) Os fariseus e alguns doutores da Lei vindos de Jerusalém reuniram-se à volta de Jesus, e viram que vários dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar. (...) Perguntaram-Lhe, pois, os fariseus e doutores da Lei: «porque é que os Teus discípulos não obedecem à tradição dos antigos e tomam alimento com as mãos impuras?»
Respondeu: «Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, quando escreveu: este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. (...) Descurais o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens.» (...) Chamando de novo a multidão, dizia: «Ouvi-me todos e procurai entender. Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. (...) Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos, as prostituições, roubos, assassínios, adultérios, ambições, preversidades, má fé, devassidão, inveja, maledicência, orgulho, desvarios. Todas estas maldades saem de dentro e tornam os nossos corações impuros.»
in Mateus 7, 1-22"

Senhor,
que os lava-pés e os lava-mãos que me proponho praticar sejam precedidos da lavagem e purificação do meu coração;
que os lava-pés e lava-mãos que, simbolicamente, integram as minhas orações e celebrações sejam o reflexo verdadeiro dessa pureza do meu coração. Amén

2007-02-06

que cultura cultivamos?

"Matar o ser humano (eu diria a vida que, não por acaso, até é humana!), no qual está presente a imagem de Deus, é pecado de particular gravidade. Só Deus é dono da Vida!"
(João Paulo II, Evangelium Vitae, n.º 55)
"A rejeição da vida do Homem (e eu voltaria a dizer: da vida humana), nas suas diversas formas, é realmente uma rejeição de Cristo"
(João Paulo II, Evangelium Vitae, n.º 104)
Ontem, na TSF, escutei uma entrevista feita a um médico, homem dito da ciência na área da ginecologia, a explicar que para a ciência mundial a vida humana começa no momento da fecundação. Explicou em que momento da vida do feto se começam a esboçar os diversos órgãos, mas "esclareceu" os não doutos (esta é minha!) que só a partir dos 6 - 7 meses é que aquela vida adquiria consciência. Portanto, disse, até aí "ainda não há pessoa humana.
Eu pergunto, aliás, na minha ignorância (que não considero douta) quais são as provas científicas que a ciência mundial tem da existência da consciência? Em que espécie de microscópio terá visto a ciência mundial o aparecimento da consciência? E o que é a consciência para a tal douta ciência mundial?
A partirmos destes parâmetros, então também não temos pessoa humana num doente mental profundo! E também não temos pessoa humana num doente em coma! E também não temos pessoa humana nos idosos, relativamente aos quais, a idade avançada lhes traz as nossas tão conhecidas doenças ... as demências originadas pela senilidade. Doenças que as faz terem comportamentos dos quais não as podemos responsabilizar. Também não temos pessoa humana nos que estão alcoolizados ou drogados em último grau (para colocar a hipótese mais extrema da alienação)! Para que é que a sociedade gasta tanto dinheiro com estas "coisas" que ora são pessoas humanas e logo deixam de ser? Para que é que os portugueses pagam tantos impostos, se o ter consciência (a tal da ciência mundial!) é que nos transmite a qualidade de humanos ou não? Daqui para o futuro, a acreditar em todas estas teorias (sim, na minha opinião, não passam de simples teorias, muito distantes da VERDADE-VERDADEIRA do que é ser um SER HUMANO).
Deixemo-nos de filosofias e passemos à verdade de fundo que está em causa neste referendo. Sem medos. Verdade que todos os portugueses, sejam eles pelo sim ou pelo não, conhecem muito bem. Não tenhamos medo de assumirmos a responsabilidade de sermos em verdade PESSOAS HUMANAS, desde o primeiríssimo instante da nossa vida. Isso traz consequências para a sociedade? Obriga-nos a sermos responsáveis uns pelos outros? Não mais poderemos fechar os olhos ao nosso irmão? Pois. É isso mesmo. Entremos nessa maravilhosa AVENTURA que se hama PESSOA HUMANA!

como a palmeira


Como a palmeira, florescerá o justo,
elevar-se-á como o cedro do Líbano.
Plantados na casa do Senhor,
nos átrios de nosso Deus hão-de florir.
Até na idade avançada eles darão frutos,
continuarão cheios de seiva e verdejantes,
para anunciarem quão justo é o Senhor,
meu rochedo, e como não há n'Ele injustiça.

(salmo 91)


Nessa visão construtiva e confiante, o homem não pode fugir à responsabilidade de se valorizar ao máximo, em cada etapa (da sua existência), para que o mundo se valorize com ele. À medida que, inevitavelmente, diminuem as forças físicas, não só é possível, mas é dever, tornarmo-nos cada vez mais fortes e valorosos moralmente,cada vez mais belos e jovens aos olhos de Deus.
in "Na Alegria do Espírito" de Harold Rahm, sj


Fasfhic Amarante - 4/2/07

salmo do sim de Maria

Maria, Mãe do Sim,
o Teu exemplo admira-me.
Admira-me, porque arriscáste a Tua vida;
admira-me, porque não olháste para os Teus interesses,
mas para os do resto do mundo;
admira-me e dás-me exemplo de entrega a Deus.
Eu queria, Mãe, tomar o Teu exemplo
e entregar-me à vontade de Deus, como Tu.
Eu queria seguir os Teus passos,
e, través deles, aproximar-me do Teu Filho.
Eu queria, Mãe, ter a Tua generosidade e entrega,
para nunca dizer não a Deus.
Eu queria, Mãe, ter o Teu amor,
para ser sempre fiel ao Teu Filho.
Mãe do Sim,
pede ao Teu Filho por mim, para que me dê a Tua força.
Pede ao Teu Filho por mim, para que me conceda
um coração enamorado d'Ele.
Pede ao Teu Filho por mim, para que me dê
a graça necessária e nunca lhe falhar.
(desconheço o autor)