Caminhando um pouco pelos carreiros da internet à procura de alimento para o dia de hoje, deparei-me com as palavras do Pe. Cantalamessa, Pregador da Casa Pontificia na agência zenit, que não resisto a transcrever. Ei-las:
"A sacramentalidade da Palavra de Deus revela-se no facto de que, às vezes, Aquela actua manifestamente para além da compreensão da pessoa, que pode ser limitada e imperfeita; opera quase por si mesma, ex opere operato, como se diz em teologia. Há uma desproporção evidente entre o sinal e a realidade que produz, algo que permite pensar precisamente na eficácia dos sacramentos.
(...) Na Missa, a Liturgia da palavra é a actualização litúrgica do Jesus que prega, (...) é o momento no qual as palavras e os episódios da Bíblia não só se narram, mas revivem-se. A memória converte-se em realidade e presença. O que aconteceu "naquele tempo" ocorre neste tempo, hoje.
Por isso, escutadas na Liturgia, as leituras bíblicas adquirem um sentido novo e mais forte. (...) Não têm tanto o objectivo de conhecer melhor a Bíblia, mas o de reconhecer Quem Se faz presente ao partir o Pão, iluminar de cada vez que se celebra um aspecto particular do mistério que se vais receber.
Assim aconteceu com os Discípulos de Emaús. Foi ao escutar a explicação das Escrituras que os seus corações começaram a arder, de maneira que foram capazes de reconhecer Jesus, depois, ao partir o pão.
Por isso não somos só ouvintes da Palavra, mas interlocutores e actores nEla. E recordando os conselhos de Orígenes: "sabei que descuidar da Palavra de Deus não é culpa menor do que descuidar do Seu Corpo". (Vaticano, 22-2-2008)"
Estas palavras conduziram-me imediatamente a Madre Maria Teresa de Calcutá, cujos "Escritos Privados" tenho vindo a ler estes dias, numa edição da Aletheia Editores.
Aqui fiquei a saber que a Santa de Calcutá escolheu o seu nome de religião em homenagem a Santa Teresinha do Menino Jesus e que assinava as suas cartas com o nome "Mary Teresa". Como não sou de acreditar em coincidências, fui interpelada pela pelo facto de ambas partilharmos, tanto a origem do nome como a forma da assinatura. Daí que, como em tantas outras vezes quando procuro encontrar na vida dos santos o Cristo que eles incarnaram, em Madre M. Teresa fui, também, à procura do pedacinho do Rosto do nosso Jesus que ela levou para a sua vida. E, aqui, atrevo-me a partilhar um excerto que retirei da página 304 e ss. da publicação acima referida.
(...)
"A Madre Teresa escreveu a sua própria resposta íntima à pergunta que Jesus faz em Mateus 16,15: "E vós, quem dizeis que Eu sou?"
(...)
Jesus é o Verbo Encarnado.
Jesus é o Pão da Vida.
Jesus é a Vítima oferecida pelos nossos pecados na Cruz.
Jesus é o sacrifício oferecido na Santa Missa pelos pecados do mundo e pelos meus.
Jesus é a Palavra - a dizer.
Jesus é a Verdade - a revelar.
Jesus é o caminho - a percorrer.
Jesus é a Luz - a acender.
Jesus é a Vida - a viver.
Jesus é o Amor - a ser amado.
Jesus é a Alegria - a ser partilhada.
Jesus é o Sacrifício - a ser oferecido.
Jesus é a Paz - a ser dada.
Jesus é o Pão da Vida - a ser comido.
Jesus é o Faminto - a ser alimentado.
Jesus é o sedento - a ser saciado.
Jesus é o Despido - a ser vestido.
Jesus é o Desalojado - a ser recolhido.
Jesus é o Doente - a ser curado.
Jesus é o Solitário - a ser amado.
Jesus é o Indesajado - a ser desejado.
Jesus é o Leproso - a quem limpar as chagas.
Jesus é o Pedinte - a quem dar um sorriso.
Jesus é o Bêbado - a quem ouvir.
Jesus é o Atrasado Mental - a quem proteger.
Jesus é o Pequenino - a quem abraçar.
Jesus é o Cego - a quem conduzir.
Jesus é o Mudo - por quem falar.
Jesus é o Aleijado - com quem caminhar.
Jesus é o Dependente de Drogas - de quem ser amigo.
Jesus é a Prostituta - de quem afastar do perigo e de quem ser amigo.
Jesus é o Preso - a quem visitar.
Jesus é o Velho - a servir.
PARA MIM-
Jesus é o meu Deus.
Jesus é o meu Esposo.
Jesus é a minha Vida.
Jesus é o meu único Amor.
Jesus é o meu Tudo em Todos.
Jesus é o meu Todas as Coisas.
Jesus, amo-Te com todo o meu coração, com todo o meu ser.
Dei-Lhe tudo, incluindo os meus pecados, e Ele apertou-me contra Si em ternura e amor.
Agora e por toda a minha vida sou a esposa do meu Esposo Crucificado.
Ámen."